quarta-feira, 27 de julho de 2011

E o Espírito e a noiva dizem: Vem!


A intimidade do Senhor é para os que se achegam a Ele com inteireza de coração, espírito reto, puro e coração inabalável. A intimidade do Senhor é para aqueles que a partir do momento que assumem compromisso com Ele deixam tudo, se entregam totalmente, se rendem, como um colecionador de pérolas que quando acha seu tesouro maior, vende tudo que tem para adquirir aquilo que tem de mais precioso.                 ( Adap. Mt 13 44)
Ser introduzido na sala do trono, ter o estandarte do amor sobre si é deixar tudo, tornar tudo que já se viu e viveu nessa vida como escória, como refugo, refugo de purificação da prata e ouro,deixar, largar,abandonar tudo pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus.
Porque o perverso é abominável ao SENHOR, mas com os sinceros ele tem intimidade.  Provérbios 3:32
O segredo do SENHOR é com aqueles que o temem; e ele lhes mostrará a sua aliança.Salmos 25:14
É uma necessidade daqueles que O amam ouvir a voz do Senhor, sentir que Ele dá sua instrução e que cuida de perto dos que o buscam.
A tipologia mais adequada e coerente é essa da noiva com o noivo, pois quando o noivo se ausenta muito da sua amada, com certeza esta fica até com uma certa dor e ardor no peito pela saudade e falta que seu amado lhe faz. Assim são para aqueles que ouvem a Sua voz, como o rei Davi disse: “...tu encobriste o teu rosto, e fiquei perturbado”.       Salmos 30:7
O relacionamento da noiva com o Senhor está fora de qualquer entendimento natural ou
humano, esse relacionamento é puro e inocente como um flerte pueril, pois essa intimidade não parte de um amor da carne, do desejo humano, mas de um desejo do Espírito de demonstrar amor pelo homem.
 Quando nascemos de novo, morre o velho homem, e nasce no nosso íntimo, no profundo das entranhas, um sentimento extravagante, que excede qualquer entendimento da nossa mente humana. Nada que se compare ao que o homem possa viver aqui na terra, é simplesmente algo que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetra em coração algum, mas nos é revelada pelo Espírito.
(Adap. I Cor. 2  9)
 Alguns homens até especulam como seria essa “intimidade”, será que tem algo parecido com a intimidade dum homem com uma mulher? Como já sugeriram que Jesus teria tido caso com Maria Madalena ou casos homossexuais; mentes que criam pensamentos como esses são pessoas que nunca conheceram o Senhor, e entendem esse amor com um coração perverso, mau, que como ondas bravias lançam de si suas sujidades.
 Mas os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar, e as suas águas lançam de si lama e lodo”.Isaías 57:20
Intimidade com o Senhor é algo que não tem nada que se compare, qualquer coisa que podemos viver nessa vida, ouvir sua voz, sentir a Tua presença, não tem nada que supri essa experiência. É realmente algo imprescindível para aqueles que a cada dia a experimentam.
Nossos ouvidos são acariciados pela sua voz, nossas narinas são privilegiadas ao poder sentir seu cheiro, nosso coração é acalentado pelo Seu amor, nosso espírito é sustentado na sua força e no seu poder.
Ainda que o homem esteja caminhando no deserto, ele prova da água que sai da Rocha, ainda que o homem esteja provando das águas de Mara, ou seja, águas amargas; ele é sustentado com o mel que escorre da Rocha.
Ainda que sua cama esteja no mais profundo abismo ali é assistido na sua fraqueza, desde que esse homem possa se entregar de coração inteiro na presença, se colocar diante do altar como sacrifício vivo, aroma suave diante das narinas do Senhor.
Como a noiva se adorna e se enfeita, assim devemos ser diante daquele que é o Único, adornar, enfeitar para prestar louvor e honra, enfeitar com os dons e frutos do Espírito. E quando então essa noiva se acha digna de ser chamada na presença do Seu amado, quando o cetro for estendido sobre sua vida, ela acha favor diante do Rei dos reis.
Mas como se achar digno, como ter esse privilégio? Se entregando, alimentando de sua Palavra, conhecendo seu caráter e sua personalidade, confiando, esperando porque Ele é quem faz.
“...Eu sou o SENHOR que vos santifica”. Levítico 20:8
Há aqueles que são atraídos para perto, para dentro do santo dos santos, mas que não colocam esse relacionamento em lugar de primazia, sendo assim, se tornam adúlteros, se tornam infiéis ao noivo e com isso tem suas lâmpadas desprovidas do óleo, desprovidas do combustível, a combustão que queima e degela nossos corações, nosso espírito. E assim, não tendo o óleo da combustão somos  impedidos de sermos fervorosos no Espírito e de receber do fogo, o fogo do Espírito.
Ele é quem nos chama, Ele quem nos capacita, Ele quem nos atrai com cordas humanas e laços de amor, nisso somos amarrados, enlaçados e apaixonados por Ele.
E então ficamos clamando, cheios do Seu Espírito , vem, vem, vem!
E nos sentimos como a noiva que está desolada de saudades, e esse sentimento é um sentimento entranhável, que vem desde o mais profundo do nosso ser. E o Espírito de Deus então clama com gemidos inexprimíveis, clama pela vinda, pela presença, pela glória!
Esse clamor na verdade que vem do profundo do nosso ser, é o clamor da igreja que espera pelo noivo. Ela o espera ataviada e adornada, e como a palavra diz: “Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.
E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”. 
                                                     (Rm  8  22 a 23)
Gememos pela salvação, pelo arrebatamento, pela liberdade de vivermos no corpo de glória!
Muitos são os chamados, poucos os escolhidos, mas os que suportam o peso de glória sabem que Deus o Todo poderoso, escolheu a nação de Israel para ser primícia, para ser oráculo de Deus, foi esse povo que recebeu primeiro , para que depois viéssemos a ser depois deles. Mas eles não quiseram, e Jesus vindo do alto do monte avistou Jerusalém e disse:
Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus filhotes debaixo das asas, e tu não quiseste!
Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta;
Porque eu vos digo que desde agora me não vereis mais, até que digais: Baruch ha’ba b’shem Adonai/Bendito o que vem em nome do Senhor.
E por incrível que pareça desde os tempos de Jacó, no meio desse povo até os dias de hoje, em seus rituais de casamento, o casamento segundo o Judaísmo, quando o noivo entra de encontro a noiva, solta-se um grito, e esse grito é exatamente o clamor da noiva: “Baruch ha’ba b’shem Adonai, ou seja, Bendito é o que vem em nome do Senhor.
O grande Eu Sou , desde os tempos de Jacó, desde tempos bem remotos, já preparara para aqueles que são suas primícias, a menina dos seus olhos, exatamente no momento de seus casamentos, momentos de alegria e de demonstração de amor, preparara o clamor. Um clamor que deseja, que anseia a vinda dAquele que é digno de receber toda honra, poder, glória e majestade. Jesus, o noivo e amado da nossa alma!
Num ato profético aquele povo mesmo sem muito compreender, sem muito entender dos mistérios insondáveis, a milhares e milhares de anos, clama a vinda, daquele que há de voltar e buscar os que alvejaram suas vestes, adornaram  e ungiram suas cabeças, e vestiram suas vestes festivais, vestes de louvor.
E a noiva em seu momento de glória, faz seus rodeios em volta do noivo e o cativa, tendo assim a ardente expectativa do manisfestar da sua graça. E este a envolve com um amor que muito excede nosso entendimento e que nos constrange, com laços de amor que a leva a prostrar-se e dizer: Eis-me aqui! Ele diz: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.  Apocalipse 3:20
E aquela que é amada diz:
“O meu amado pôs a sua mão pela fresta da porta, e as minhas entranhas estremeceram por amor dele. Cânticos 5:4
E esta é a expressão exata da noiva: “ Óh filhas de Jerusalém, lhes suplico, se encontrardes o meu amado diga a Ele que estou enferma de amor. 
                                                                  Cânticos 5  8


terça-feira, 19 de julho de 2011

Jesus, filho de Davi, tenha compaixão de mim!




Jesus, filho de Davi, tenha compaixão de mim!

É sempre um prazer receber da parte do Senhor uma Palavra, é com muita ansiedade que esperamos o Rei terminar ou concluir a mensagem para logo irmos como escrivães anotar o que se ouviu,  na verdade os instrumentos da Casa do Senhor não recebem honras, mas não podemos negar que é um privilégio ouvir a voz do Senhor fluindo no coração ou sussurrando aos ouvidos, como brisa suave. Como uma vez uma serva O ouviu dizendo: - Tu és o cálice de ouro, cálice que serve o vinho , o vinho que alegra o coração do Rei. É uma experiência incomparável ouvir uma declaração dessas do Senhor, mas sabemos que “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não nossa. 
     2 Coríntios 4:7

Os servos que colocaram suas orelhas na sovela servem ao Senhor porque o amam, porque não querem deixá-lo e declaram

 “... Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.  João 6:68

E essa vida eterna não é vida pós morte somente,mas é também vida enquanto estamos nos nossos corpos mortais, pois somente o Espírito Santo pode passar como rio dentro do nosso íntimo trazendo renovo, transformação,paz e gozo no espírito.

O que não podemos deixar acontecer, e isso estamos sempre sujeitos, é o distanciamento; é deixarmos de ouvir a voz do Senhor ou mesmo ver Seus feitos, porque sendo assim corremos o risco de ficarmos cegos, servindo a um Deus Vivo, em sua casa, mas cegos. Como Bartimeu, uma das histórias mais lindas, mas a realidade é que Bartimeu provavelmente se deixou distanciar, ficando assim impossibilitado de ver, deixando o inimigo das nossas almas, cegá-lo em suas sutilezas e astúcias.

Uma vez distante do Pai, cego, perdeu o anel de filho, de herdeiro, se empobreceu e recebeu uma capa, a capa dos que mendigavam.

E tenho como defender de que Bartimeu antes via, e depois passou a não ver mais, e também que Ele conhecia o Pai, e sabia do Messias prometido, mas se afastou.

“Perguntou-lhe Jesus: Que queres que eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver.  Mc 10 51 

Que eu torne a ver, se ele pede pra tornar a ver é porque viu um dia e deixou de ver. Assim como Sansão, devolve minha força uma vez mais...

Bartimeu vivia em Jericó, a cidade em que Israel deu sete voltas ao redor das suas muralhas e estas se romperam, não era possível alguém morar nesse lugar e nunca ter ouvido desse Deus que derrubou as muralhas, outra coisa que Bartimeu também sabia era a linhagem de Jesus ao gritar: “Jesus, filho de Davi, tenha compaixão de mim”.

“e, ouvindo que era Jesus, o Nazareno, pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!    Mc 10 47

Jesus, filho de Davi, tenha compaixão de mim! Um grito desesperado, humilhante, que aos olhos do mundo chega a ser patético! Jesus, filho de Davi, tenha compaixão de mim!

Bartimeu ao gritar dessa maneira ele estava declarando, eu conheço essa história, sei onde começou, sei que foi prometido a Davi que o Messias de Israel viria de sua linhagem, eu estou clamando porque eu sei que és Tu e sei que Tu podes. Não era um simples clamor! Era um clamor que tinha uma história por trás, uma história de infidelidade de uma das partes, mas não deixava de ser uma história. Não deixava de ser um relacionamento. E também uma história de amor e perdão!

Infidelidade, rei Davi, faz lembrar-nos de outro relacionamento; o que podemos também pensar da atitude do rei Davi que ao desejar Bate Seba, mandá-la chamar, deitar com ela, fazer nela um filho. Depois manda chamar seu esposo na guerra, com intenção de embebedá-lo e persuadi-lo a dormir com sua esposa. Urias, marido de Bate Seba pela sua nobreza de caráter não desceu á sua casa porque seus companheiros estavam em guerra e ele não achou digno de tal conforto, de tal aconchego.

O rei Davi na verdade era um homem segundo o coração de Deus, foi ele quem o Senhor escolheu para ser rei sobre Israel, mas não podemos evidenciar a hombridade, desse homem, Urias.

Ele deixar de ir pra casa, dormir com sua esposa, se deliciar com seu carinho, o conforto da sua cama por pensar em seus companheiros de guerra? Ficar deitado ao relento? Essa atitude dele custou sua vida, porque assim o rei teve que enviá-lo de volta pra guerra com sua sentença de morte nas mãos, a fidelidade do homem era tanta que ele próprio levou sua sentença, porque o rei Davi sabia que ele jamais abriria essa carta, e com uma carta em que ele sendo soldado de retaguarda, foi colocado para lutar na linha de frente.

A atitude nobre de Urias custou sua vida, mas não teve preço sua fidelidade, domínio próprio e caráter.

Na verdade a pessoa de Urias podemos dizer que foi uma figura do próprio Jesus. Que pela sua própria hombridade, por falar sempre a verdade, ser correto, recebeu sua sentença. Casou-se com noiva cobiçada e muitas vezes infiel. Quantas vezes traímos o Senhor por atos insignificantes? E será que quando negamos o nome do Senhor, em deixarmos de falar desse nome, não estamos escrevendo cartas, colocando em mãos, a sentença de morte de muitos?

O rei Davi era nobre, um homem admirável, era a própria realeza da época. Existem posições nobres, mas existem outras mais nobres ainda. Urias o Senhor permitiu que morresse,pra que ele não fosse manchado, ultrajado pelo o pecado,então o recolheu.

Podemos dizer que ele seria um dos que a bíblia relata:

“(Dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra”.  Hb 10  38

Mas o Senhor é amor e mesmo na nossa infidelidade, o Senhor ainda anseia por nós, porque há esperança, porque a promessa é que do nosso interior rios de águas vivas fluirão. E por onde este rio passar tudo se tornará novo, ganhará vida. Até nosso íntimo, na medida que esse rio vai fluindo vai também sendo renovado, pelo poder regenerador.

“Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos.

Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no pó,

Ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta.                                        (Jó 14  9 a 11)

Ele apenas espera de nós a cada dia uma entrega, um esvaziar de nós mesmos, como Urias, que ainda que teve que abrir mão daquilo que mais anseia o coração de um valente de guerra, que é voltar pra casa em paz, deitar e dormir nos braços da sua amada,  ainda que for preciso negar a carne, crucificá-la, ainda vale a pena, Urias sabia disso, porque isso para os que se perdem é loucura, mas para nós que somos salvos é Poder de Deus.                 ( adap. I Cor. 1 18 )

Ser um verdadeiro valente de guerra, determinado, destemido, servir ao Senhor como um leão que por ninguém torna atrás.

E declarar : “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim;”  ( Gl 2  20)

Estender mesmo os braços e dizer: Eis-me aqui, Senhor!

Usa-me como valente de guerra, ou como a pena de um escrivão, ou como o cálice que serve o vinho, usa-me como atalaia, não importa, eu quero apenas te servir e te adorar. E sendo assim serás como um rio, impetuoso, ou manancial recluso.E por onde esse rio passar tudo será lavado, limpo, renovado.

“E será que toda a criatura vivente que passar por onde quer que entrarem estes rios viverá; e haverá muitíssimo peixe, porque lá chegarão estas águas, e serão saudáveis, e viverá tudo por onde quer que entrar este rio.    Ezequiel 47:9

Apenas se entregue, e se tiver cego, clame, Jesus, filho de Davi..., Jesus, filho de Davi...E seja cheio! E se deixe levar por esse rio!

E disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Omega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.   Apocalipse 21:6






sexta-feira, 8 de julho de 2011

Não passes de mim, Senhor!


Quando na bíblia se diz que a palavra é como espada de dois gumes que penetra fundo a ponto de separar ossos de medula e alma de espírito, muitas vezes não damos a necessária importância, mas o fato é que é exatamente o que acontece com o servo que busca realmente ser transformado pelo poder restaurador.
“ A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices.  (Sl 19  7)

Alma no grego significa psique, então a Palavra  de Deus tem o poder de restaurar todo o ser psicológico do homem,de acender como lâmpada o mais profundo do que está no centro de suas emoções. 

Nas guerras medievais, contadas na bíblia, os guerreiros usavam espadas, essas espadas eram as armas de guerra, e em muitos casos pessoas eram atingidas por essas espadas e feridas profundamente e até mesmo mortas. Claro que essas feridas causavam muita dor, pois dilaceravam a carne, rasgavam mesmo, fazia a ferida ou até mesmo matavam.
E assim é nos dias de hoje com aquele que busca realmente ser como seu Senhor. Esse tem sua carne dilacerada e rasgada, pela a espada de dois gumes, que penetra lá em suas entranhas, a ponto de arrancar do valente um urro de dor. Ou até mesmo matar, o velho homem.
Mas logo Jesus, vai usar essa comparação? Fazer esse paralelismo?
É porque em momento nenhum vamos vê-lo dizendo que se agrada dos covardes, muito pelo contrário Ele o tempo todo nos diz: Seja forte e corajoso, porque eu sou contigo!
Mas podemos ver que tem dois tipos de servos, Abraão quando viu que o Senhor nos carvalhais de Manre vinha a seu encontro, ele estava sentado na porta de sua tenda e ao levantar a cabeça se apressou porque percebeu se aproximando três homens. O que fez Abraão?  Inclinou-se rosto em terra:
- Se achei mercê diante de ti, não passes de teu servo!
E disse: Meu Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que não passes de teu servo.
Que se traga já um pouco de água, e lavai os vossos pés, e recostai-vos debaixo desta árvore;
E trarei um bocado de pão, para que esforceis o vosso coração; depois passareis adiante, porquanto por isso chegastes até vosso servo. E disseram: Assim faze como disseste”.     (Gn 18  3 a 5)

Isso agradou o Senhor  tendo visto a resposta dos homens: - assim faze como disseste. Na verdade Abraão naquele momento, se mostrou muito sensível  espiritualmente, percebeu vindo se aproximar a presença da Glória,  se prostrou e adorou.
Mas isso foi agradável ao Senhor? Sim, claro que agradou ao Senhor! Ele se apressou em preparar água para lavar os pés , e isso até nos faz lembrar a mulher que lavou os pés de Jesus com suas lágrimas e os enxugou com seus cabelos. Se apressou também em preparar uma mesa, descanso, conforto.
 Mas isso não é o Senhor quem nos faz? Quando diz: -  “Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas. 
 ... Preparas uma mesa...       ( Adap. Sl  23)

Ele nos faz, mas também é importante que façamos a Ele, que O adoremos, que possamos provar nosso amor e não somente buscá-lo pelo que Ele pode nos oferecer.

Voltando ao gesto de Abraão, podemos ver na história que o Senhor não deixa que nada passe despercebido á Sua soberania, pois nesse momento,  Ele o Todo-poderoso, fez a promessa a Abraão que vinha exatamente de encontro á necessidade do coração dele; um filho. Era o que mais Abraão desejava! Mas também super abundou com suas bençãos, falou de coisas grandes e ocultas as quais homens não podiam sondar, falou da destruição de Sodoma e Gomorra, com isso abriu a visão de Abraão para servir de intercessor, pois seu sobrinho Ló , ali habitava. E Abraão então intercedeu pala cidade, mas quem se salvou foi apenas Ló e suas duas filhas, nem sua esposa se livrou de tamanho juízo, pois foi desobediente, podemos então aprender com isso que nem a intercessão de um homem muito amado pode livrar  um coração infiel do juízo.
Mas Abraão com seu gesto de se prostrar, de preparar ao seu Senhor um momento de intimidade em que Jesus pôde revelar os segredos de Seu coração, recebeu por sua vez muito mais do que podia imaginar, recebeu a promessa, foi compartilhado com ele segredos do Senhor e foi capacitado para ser instrumento de intercessão, e essa intercessão foi o que livrou Ló e suas duas filhas do vale da sombra da morte.
E se formos mais adiante na história podemos perceber que através dessa atitude de Abraão dois povos vieram a existir,  o povo de Amom e o povo de Moabe. Mas talvez não tivesse sido contado a esses povos que foi através dessa intercessão e da misericórdia do Senhor que eles vieram a existir, pois esses povos sempre foram rebeldes a palavra do Senhor.

Temos também o exemplo de Sara, esse não muito louvável, pois no momento em que o Senhor fez a promessa do filho essa duvidou em seu coração e de uma certa forma deu um riso debochado, ao sentir que ela duvidou o Senhor a exortou, e ela em seguida mentiu, dizendo que não riu, nem  duvidou. Mas o Senhor conhecendo os corações disse: - Riu sim!

Qual dos exemplos devemos seguir? Qual atitude e comportamento devemos ter diante daquele que:
“... não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.  Hebreus 4:13

Devemos nos prostrar diante da grandeza, diante da profundidade, diante da sabedoria, daquele que é o Único. Devemos nos entregar de corpo, alma e espírito nos pés daquele que é autor e consumador da nossa fé. Devemos preparar momentos de intimidade para que Ele se sente a mesa conosco, que nos revele quem Ele é, que nos leve além. 
 Que Ele não passe além de nós, antes de nos fazer conhecê-lo, antes de nos fazer conhecer o que flui em Seu coração. Aquele que nos leva a andar nas maiores alturas como fez com Abraão, fazendo dele um Amigo de Deus. Fazendo homens e mulheres irem em busca de tesouros ocultos e escondidos.
Os homens põem termo à escuridão e até aos últimos confins procuram as pedras ocultas nas trevas e na densa escuridade”.(Jó 28 3)

Capacitando homens e mulheres de entrarem nas cavernas ocultas do nosso ser, dissipando e pondo termo á escuridão das nossas almas, tornando patentes as preciosidades da nobreza da alma humana e sendo transformados de glória em glória.
A alma do homem não é nobre por si só, mas se transforma de glória em glória.

Essa palavra tem soado aos meus ouvidos já uns dias, um sopro do Espírito, uma declaração de amor, na verdade tem vindo como um golpe da espada de dois gumes, que penetra fundo a ponto de me rasgar as entranhas e me doer, uma dor como de noiva que anseia de saudades pelo Noivo, um desejo de prostrar-me com o coração contrito e dizer:
- Senhor, se achei graça aos teus olhos, rogo-te, não passes de teu servo, não passes de tua serva!