quarta-feira, 15 de agosto de 2012

“Porque a palavra da cruz é loucura...” 1 Coríntios 1:18

Foto artística de: Cláudio Henrique


“Porque a palavra da cruz é loucura...”  1 Coríntios 1:18

Considero a vida do adorador como a vida de uma águia, uma vida extravagante no seu modo de agir, algo que nem pessoas que convivem juntas deles os entendem.
Como a águia faz morada nas rochas altaneiras, assim o adorador é firmado na rocha que é Jesus, muitas vezes ele vive só, meio isolado dos outros habitantes desse planeta, pois sua habitação está no alto. Lugares em que é necessário coragem para alcançar.
Seja o que o adorador estiver fazendo em meio do dia, quando ele ouve a voz do Espírito Santo, ele para tudo, entra pra dentro do quarto e fica ali até que o Senhor fale tudo que tem pra falar. Isso aconteceu comigo nesse instante, comecei a cantarolar uma canção gospel, e senti que deveria entrar para o quarto e Ele veio e me colocou a cantar e logo após me pôs a escrever esse texto.
O desejo que dá é de parar tudo, parar o mundo, somente para ouvir essa voz. O adorador faz isso, para tudo pra ouvir Sua instrução, até que Ele fale, ou que o entrega a palavra para pessoas famintas por direção. A sensação é algo incomparável, ninguém nunca sentiu coisa melhor do que estar na presença do Senhor. É algo que invade o seu íntimo, que te preenche com um amor, com uma cumplicidade, com uma satisfação que ninguém mais teria esse poder.
O amor entre duas pessoas é algo que acho mais bonito na face da terra, a intimidade entre os casais. O relacionamento sexual é cumplicidade, renovação de aliança, alimento e água para a alma; o orgasmo o clímax dessa intimidade, um gesto de liberdade, amor e laço entre as pessoas que se amam. Mas posso dizer com toda certeza que sentir a presença do Senhor, falando aos nossos ouvidos, nos invadindo e perscrutando e constrangendo as nossas entranhas, tudo isso é melhor do que esse amor entre casais, melhor do que o clímax dessa intimidade.
Há uns dias atrás estava dirigindo em plena estrada indo de uma cidade a outra, e o Espírito Santo me visitou de tal maneira que comecei a chorar. Ele começa a ministrar em nossos corações que fica inevitável não sentir seu amor, seu interesse em ter intimidade com os homens. Podem me falar o que for, que Deus é um Deus distante, injusto e frio ao perceber todo o sofrimento do mundo e não fazer nada, mas uma coisa não tiram de mim, as lembranças dessas sensações, a lembrança dessa intimidade, desse amor que me envolve quando Ele nos visita. Isso é algo maravilhoso!
Um tempo atrás um irmão fez um comentário e me disse:
- A cruz não é um símbolo em que devemos usar, ela é instrumento de morte.
Quem que perderia um filho e usaria a arma que matou seu filho pendurada num cordão, amarrada no pescoço?
Eu respondi que não usaria. Eu respondi com sinceridade, porque na verdade nunca tive coragem de usar uma cruz no meu pescoço, a cruz vazada, ou a cruz vazia, como símbolo de que Ele ressuscitou. A cruz em que ainda está um jesus morto, esquelético e derrotado com certeza não agrada o coração de Deus, porque dá a conotação que a história parou na morte. Mas a cruz vazia nos faz lembrar que houve algo maior e mais tremendo depois da morte. Cruz vazia, símbolo de que Ele venceu a morte; mesmo a cruz vazia nunca usei.
E nesse dia em que estava na estrada, num caminho para liberdade, sempre digo que dirigir é como ganhar asas, pois voamos de um lugar ao outro; e se nesse caminho vamos ouvindo louvor, canções que exaltem o nome do Senhor, então a liberdade é completa! E nesse ambiente de adoração Ele então me visitou de maneira poderosa e me disse:
- Eu amo a cruz! Mesmo sendo símbolo da morte do meu filho, ela é símbolo de vida de outros filhos.Ele fez isso por amor!
Eu enviei o Filho porque seria o único que poderia fazer tudo que fez, pois a morte não O venceu, não O reteve. Soltas nesse gesto foram as ânsias da morte.
Então concluo com isso que a cruz não é símbolo de morte, mas de vida. Ela não é motivo de tristeza, mas de alegria, pois assim foi rasgada a cédula de dívida sobre a humanidade. E a morte não teve poder de detê-lo. Para homens naturais que somos parece loucura, parece contraditório, paradoxal, uma sentença que contradiz a intuição comum. Mas para os que conhecem que a loucura de Deus é mais sábia que todos nós juntos, então posso declarar com toda certeza que a cruz é motivo de alegria e de festa.
E assim remetomo- nos á passagem em que fala da atitude de Pedro diante da morte de Jesus:
“Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia. E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso.”  Mateus 16:21-22
Mas Jesus de maneira nenhuma se deixou persuadir, pois sabia que na visão natural homem nenhum entende, pois contemplamos pela carne, olhamos com olhos mortais, pensamos na morte como um fim, mas Jesus vê a morte como um meio.
Jesus sabia o que estava por trás desse apelo e repreendeu aquele que lançou escândalo no coração de Pedro:
“Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.”  Mateus 16:23
E termino esse texto também nos remetendo á passagem das virgens prudentes, as que tinham óleo, azeite suficiente para o grande dia, elas tinham nas mãos somente suas lâmpadas com o azeite, as lamparinas com o fogo e o azeite para manter a chama acesa.
Dessa terra nada levaremos, sendo assim, essa preocupação deve ocupar lugar de primazia, termos sempre renovados o óleo sobre nossas cabeças, para chegarmos ao grande dia como noivas dignas de desposarmos com o noivo. E os anjos digam: Aleluia!  Hosanas nas maiores alturas! Ao grande El Shaday