É na
comunhão de uns com os outros que nos é revelado grandes palavras, eu sempre
lia a passagem do enigma de Sansão e não conseguia compreender o sentido de
alguns mistérios. Mas através da comunhão com irmãos entendi enfim algo
precioso aos meus olhos e ao meu coração.
“...apartando-se do caminho para ver o
corpo do leão morto, eis que nele havia um enxame de abelhas com mel. E tomou-o
em suas mãos, e foi andando e comendo dele; e foi a seu pai e a sua mãe, e
deu-lhes do mel, e comeram; porém não lhes deu a saber que tomara o mel do
corpo do leão.” Juízes 14:8-9
Sansão
havia matado um leão, e ao voltar no mesmo lugar onde se encontrava o leão
morto, percebeu que dentro havia um enxame de abelhas com mel. A partir disso
Sansão lançou um desafio para seus convidados em um banquete, um enigma:
“Então lhes disse: Do comedor saiu
comida, e do forte saiu doçura. E em três dias não puderam decifrar o enigma.” Juízes
14:14
O
Espírito Santo de Deus quando cuidamos em examinar as Escrituras nos assiste,
nos orienta, e nos faz companhia, pois no dá o entendimento das profundidades
tanto da sabedoria, como do conhecimento. Então numa inspiração e visitação
entendi que:
Os servos
tem que morrer, precisamos morrer para que Cristo a doçura seja abundante em
nós. A doçura da Presença Dele, da Palavra Dele, da sabedoria, do conhecimento
Dele estejam no nosso íntimo.
Precisamos
morrer para viver Cristo, para servir a Cristo e levar doçura ás vidas tão amargas.
O enigma,
motivo de um desafio de um Nazireu em um banquete, nos diz até os dias de hoje
que um servo morto para o mundo, para seus desejos, permite que o Espírito
Santo como abelhas operárias venha produzir o mel que escorre da Rocha que é o
Senhor. Quanto mais mortos para nossos desejos, mais vivos vamos estar em
doçura e sabedoria.
“O sábio de coração será chamado prudente, e
a doçura dos lábios aumentará o ensino.” Provérbios 16:21
Os leões
mortos, mas que dentro tem uma colmeia com o mel que escorre da rocha, servindo
o Leão que vive e reina para sempre!
É na
doçura do mel do amor de Deus que aumentamos o ensino, a instrução. É com essa
doçura que as admoestações são mais eficazes, e as pregações ganham vidas para
o reino. Do comedor saiu comida, do leão feroz, sanguinário que seu instinto
seria matar, saiu doçura, comida e vida. Só Ele pode transformar pessoas e
fazer com que a nossa natureza selvagem seja domada por um leão mais forte
ainda.
Falar dos
feitos do Senhor, contar os testemunhos, falar que ouve a voz de Deus e sua
direção não tira a responsabilidade de dizermos que é preciso ler, conhecer,
devorar a Palavra de Deus; pois é nelas que cuidamos ter palavras de vida eterna
e que testificam de Jesus. E o Espírito Santo é que nos instrui nessa Palavra,
nos coloca fome por ela. A palavra faz com que a vida fique doce, as atitudes abrandem. A
sabedoria como mel clareia os intentos
do coração, clareia os olhos, a mente e o caminho.
Devemos
saber que testemunhar as experiências com Deus é apenas ser sal e luz na terra.
Mas devemos mesmo ser leões mortos para nossos intentos e desejar conhecer a
fundo as escrituras, manejar bem a palavra, fazer como guerreiros bem treinados
que manejam bem a espada e dão o golpe certeiro numa distração do oponente, e
assim matá-lo com a espada da Palavra e dá-lo vida no caminho, com a Verdade.
Um leão morto fazendo com que morra mais leões e que o Espírito como abelhas
operárias produzam mais mel no íntimo desses leões. E só Ele pode fazer tal
transformação!
“... e o fartaria com o mel saído da rocha.” Salmos
81:16
Mesmo que em alguns momentos comer o
Livro da Vida Eterna á nossa boca fique doce, e viver essas Palavras seja
amargo no ventre, amargando nossas entranhas negando nosso ego, nossa carne, nos
humilhando, sendo ultrajados. Vai chegar um tempo em que morta essa carne,
morto o leão, chegue o tempo da produção de mel, da doçura.
“E
tomei o livrinho da mão do anjo, e comi-o; e na minha boca era doce como mel;
e, havendo-o comido, o meu ventre ficou amargo.” Apocalipse 10:10
E mesmo num paradoxo, numa prisão amarga,
num luto, num deserto, eu possa lhe dizer do mel que adoça os momentos de
adversidades e nos faça prosseguir para um tempo em que:
“Aparecem
as flores na terra, o tempo de cantar chega, e a voz da rola ouve-se em nossa
terra. A figueira já deu os seus figos verdes, e as vides em flor exalam o seu
aroma; levanta-te, meu amor, formosa minha, e vem.
Pomba
minha, que andas pelas fendas das penhas, no oculto das ladeiras, mostra-me a
tua face, faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce...” Cânticos 2:12-14
Ora
Vem!
Glória à Deus, que palavras mais belas e preciosas!
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