Foto artística de: Cláudio Henrique
“Porque a palavra da cruz é loucura...” 1 Coríntios 1:18
Considero a vida do adorador como a
vida de uma águia, uma vida extravagante no seu modo de agir, algo que nem
pessoas que convivem juntas deles os entendem.
Como a águia faz morada nas rochas
altaneiras, assim o adorador é firmado na rocha que é Jesus, muitas vezes ele
vive só, meio isolado dos outros habitantes desse planeta, pois sua habitação
está no alto. Lugares em que é necessário coragem para alcançar.
Seja o que o adorador estiver fazendo
em meio do dia, quando ele ouve a voz do Espírito Santo, ele para tudo, entra
pra dentro do quarto e fica ali até que o Senhor fale tudo que tem pra falar.
Isso aconteceu comigo nesse instante, comecei a cantarolar uma canção gospel, e
senti que deveria entrar para o quarto e Ele veio e me colocou a cantar e logo
após me pôs a escrever esse texto.
O desejo que dá é de parar tudo, parar
o mundo, somente para ouvir essa voz. O adorador faz isso, para tudo pra ouvir
Sua instrução, até que Ele fale, ou que o entrega a palavra para pessoas
famintas por direção. A sensação é algo incomparável, ninguém nunca sentiu
coisa melhor do que estar na presença do Senhor. É algo que invade o seu
íntimo, que te preenche com um amor, com uma cumplicidade, com uma satisfação
que ninguém mais teria esse poder.
O amor entre duas pessoas é algo que
acho mais bonito na face da terra, a intimidade entre os casais. O
relacionamento sexual é cumplicidade, renovação de aliança, alimento e água
para a alma; o orgasmo o clímax dessa intimidade, um gesto de liberdade, amor e
laço entre as pessoas que se amam. Mas posso dizer com toda certeza que sentir
a presença do Senhor, falando aos nossos ouvidos, nos invadindo e perscrutando
e constrangendo as nossas entranhas, tudo isso é melhor do que esse amor entre
casais, melhor do que o clímax dessa intimidade.
Há uns dias atrás estava dirigindo em
plena estrada indo de uma cidade a outra, e o Espírito Santo me visitou de tal
maneira que comecei a chorar. Ele começa a ministrar em nossos corações que
fica inevitável não sentir seu amor, seu interesse em ter intimidade com os
homens. Podem me falar o que for, que Deus é um Deus distante, injusto e frio
ao perceber todo o sofrimento do mundo e não fazer nada, mas uma coisa não
tiram de mim, as lembranças dessas sensações, a lembrança dessa intimidade,
desse amor que me envolve quando Ele nos visita. Isso é algo maravilhoso!
Um tempo atrás um irmão fez um
comentário e me disse:
- A cruz não é um símbolo em que devemos
usar, ela é instrumento de morte.
Quem que perderia um filho e usaria a
arma que matou seu filho pendurada num cordão, amarrada no pescoço?
Eu respondi que não usaria. Eu respondi com sinceridade, porque na
verdade nunca tive coragem de usar uma cruz no meu pescoço, a cruz vazada, ou a
cruz vazia, como símbolo de que Ele ressuscitou. A cruz em que ainda está um
jesus morto, esquelético e derrotado com certeza não agrada o coração de Deus,
porque dá a conotação que a história parou na morte. Mas a cruz vazia nos faz
lembrar que houve algo maior e mais tremendo depois da morte. Cruz vazia, símbolo
de que Ele venceu a morte; mesmo a cruz vazia nunca usei.
E nesse dia em que estava na estrada,
num caminho para liberdade, sempre digo que dirigir é como ganhar asas, pois
voamos de um lugar ao outro; e se nesse caminho vamos ouvindo louvor, canções
que exaltem o nome do Senhor, então a liberdade é completa! E nesse ambiente de
adoração Ele então me visitou de maneira poderosa e me disse:
- Eu amo a cruz! Mesmo sendo símbolo da morte do meu filho, ela
é símbolo de vida de outros filhos.Ele fez isso por amor!
Eu enviei o Filho porque seria o único que poderia fazer tudo
que fez, pois a morte não O venceu, não O reteve. Soltas nesse gesto foram as
ânsias da morte.
Então concluo com isso que a cruz não
é símbolo de morte, mas de vida. Ela não é motivo de tristeza, mas de alegria,
pois assim foi rasgada a cédula de dívida sobre a humanidade. E a morte não
teve poder de detê-lo. Para homens naturais que somos parece loucura, parece
contraditório, paradoxal, uma sentença que contradiz a intuição
comum. Mas para os que conhecem que a loucura de Deus é mais sábia que todos
nós juntos, então posso declarar com toda certeza que a cruz é motivo de
alegria e de festa.
E assim remetomo- nos
á passagem em que fala da atitude de Pedro diante da morte de Jesus:
“Desde então começou Jesus a mostrar
aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos
anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e
ressuscitar ao terceiro dia. E Pedro, tomando-o de parte, começou a
repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te
acontecerá isso.” Mateus 16:21-22
Mas Jesus de maneira nenhuma se deixou
persuadir, pois sabia que na visão natural homem nenhum entende, pois
contemplamos pela carne, olhamos com olhos mortais, pensamos na morte como um
fim, mas Jesus vê a morte como um meio.
Jesus sabia o que estava por trás
desse apelo e repreendeu aquele que lançou escândalo no coração de Pedro:
“Ele, porém, voltando-se, disse a
Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não
compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.” Mateus 16:23
E termino esse texto também nos
remetendo á passagem das virgens prudentes, as que tinham óleo, azeite
suficiente para o grande dia, elas tinham nas mãos somente suas lâmpadas com o
azeite, as lamparinas com o fogo e o azeite para manter a chama acesa.
Dessa terra nada levaremos, sendo
assim, essa preocupação deve ocupar lugar de primazia, termos sempre renovados
o óleo sobre nossas cabeças, para chegarmos ao grande dia como noivas dignas de
desposarmos com o noivo. E os anjos digam: Aleluia! Hosanas nas maiores alturas! Ao grande El
Shaday