Que o meditar dos nossos corações seja agradável ao Senhor...
Refletindo na passagem da mulher samaritana no poço d'água, me veio uma inspiração para entender o que exatamente Jesus estava indo levar àquela mulher. Ele sabia sobre a vida dela, estava de passagem por aquele local, e quando Ele disse a ela: - Vá chamar o teu marido. E ela responde: - Eu não tenho marido! (Leiam João 4)
Talvez outra pessoa iria mentir para um homem que acabara de conhecer, e que supostamente seria um profeta de Israel. Isso me fez observar que Jesus não estava condenando a mulher de ter tido vários relacionamentos, Ele sabia que ela seria honesta e humilde em relatar a sua realidade, Ele sabia que ela não ia mascarar a verdade.
Mas o mais importante de focarmos nesse episódio é que, Ele não apontou o passado, o suposto "pecado", um passado provavelmente de relacionamentos abusivos, pois segundo a psicanálise, o ser humano, enquanto não analisa suas atitudes e comportamentos à luz das suas emoções, tende a repeti-lo vezes sem conta. Percebi que provavelmente aquela mulher tinha um passado de relacionamentos abusivos, e que buscava preencher seu vazio nesses relacionamentos. A cada relação amorosa ela procurou que fosse aquele o que " ia dar certo". Mas Jesus ofereceu àquela mulher uma água que ela jamais teria sede novamente. Jesus ofereceu intimidade, luz para o caminho, conforto, consolo.
E na minha percepção, Ele ofereceu aquilo que os mais íntimos têm o privilégio de receber: - Andar na luz de suas emoções, e muitas vezes também, até na luz das emoções do outro.
Uma vez que tenhamos luz nas nossas emoções, saímos do perigo de agir com nosso inconsciente. Adquirimos por assim dizer, Inteligência Emocional, somos treinados a não andar mais pelas emoções, e sim, pela lógica, razão e sabedoria. Esse não é um caminho fácil, muitos desistem, mas também Ele nos mostrou que não é impossível. Ele nos dá a feliz escolha de adquirirmos a capacidade de rechaçarmos a pieguice do sentimentalismo, rechaçarmos a etérea certeza do misticismo. E andar na certeza e segurança consciente, numa tomada de decisão madura, íntima e pessoal, dependendo de cada contexto vivido. E ao chegarmos nesse status de maturidade emocional, ver lá na frente aquilo que não existia tornar-se real e palpável, como numa libertação, uma realidade bem amparada num firme fundamento.
Assim é o Senhor, assim é Ele...
