“Mas, para que os não escandalizemos, vai ao
mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir...” Mateus 17:27
Devemos tomar muito cuidado ao julgar
quando alguns irmãos estão trabalhando no reino e o seu chamado é administrar
os bens do reino, pode haver pessoas que estranhem a expressão “bens do reino”
, mas na verdade é exatamente assim. Muitos alegam, Deus é dono do ouro e da
prata e não precisa do nosso dinheiro, na verdade é mesmo dono do ouro e da
prata, e não precisa do nosso dinheiro; mas nós estamos no mundo, não somos
dele, mas estamos nele.
Vivemos num mundo em que antes o
mercado se fazia através do escambo,
a troca de produtos, bens e consumo; a partir daí surgiu a moeda, que fez com que cada produto, bem material tivesse seu preço
e valor. Não há nenhum mal em os bens materiais terem seu valor, mas o que nos
contamina é a cobiça, o desejar os bens em cima da pobreza do outro. Isso é
grande mal diante de Deus.
“Mas os que querem ser ricos caem em
tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que
submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de
toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se
traspassaram a si mesmos com muitas dores.” 1 Timóteo 6:9-10
Na parábola dos talentos o Senhor
Jesus deixa uma importante lição quando diz que o servo que fez render sua
moeda é que é bom e fiel, e que entraria em seu descanso. Ensinando-nos também
que além de buscar sabedoria para administrar os dons espirituais, teremos
também que buscar sabedoria para administrar os talentos, moedas e bens
materiais do reino etc.
Precisamos entender que o mundo em que
vivemos tem leis naturais que regem nossa existência aqui, e estas leis foram
criadas pelo Senhor, portanto devemos compreendê-las e não negá-las, pois isso
seria uma grande ignorância e falta de conhecimento.
Precisamos de meios para fazer fluir a
Palavra de Deus; os bens e tecnologia em que usamos são ferramentas importantes
e facilitadores para tal. O que não devemos fazer é deixar nosso coração se
apegar em qualquer um desses bens, nem ministérios, templos feitos por mãos de
homens. Pois Jesus disse: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o
vosso coração.” Mateus 6:21
Mas o
único que pode sondar-nos é o próprio Deus, e dá a cada um segundo o seu
proceder.
Se
meu tesouro são almas e vidas para Jesus, meu coração está guardado de não
pecar contra o Senhor; mas se meu tesouro é fama, status, dinheiro, conforto,
ou qualquer pessoa, aí meu coração está idolatrando as “coisas” e não adorando
o Senhor de todas as coisas. Devemos amar e adorar o Criador, e não adorando a
criatura ao invés do Criador, e se assim for ,agiríamos numa disposição mental
reprovável. (Rm 1 28)
E
nisso sempre vamos precisar de fazer uma introspecção, reflexão, pois enganoso
é o coração do homem e desesperadamente corrupto.
Uns são chamados para cuidar do
“administrativo” na igreja, outros se ocupam somente com o espiritual. Alguns
têm o chamado para cuidar do administrativo, fazer os dons, talentos, e
ministérios render bens para o reino. Mas TODOS tem o chamado de cuidar do
espiritual, tanto pessoal, quanto coletivo. E em todo o tempo buscar saúde para
o corpo de Cristo.
O mais importante não é defender que
não devemos falar em moedas, bens materiais no meio do povo de Deus, por isso
Jesus nos ensinou dizendo a Pedro para ir pescar e pegar a moeda de
ouro na boca do peixe.
“Mas, para que os não escandalizemos, vai ao
mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir, e abrindo-lhe a boca,
encontrarás um estáter; toma-o, e dá-o por mim e por ti.” Mateus 17:27
A
grande lição do estáter em estar na boca
do peixe, é que, o peixe significa vida, alimento natural e espiritual; e a
moeda o bem material. Não é o dinheiro, poder e fama maior que a vida. Por isso
o peixe(vida) domina e sobrepõe á moeda e a abocanha. Todas essas coisas existem pela vida,
e não a vida existe pelas coisas.
Não
devemos levantar uma bandeira de rigor e falso moralismo quanto a isso, mas
devemos sempre levantar nossa bandeira que é o Senhor e os frutos do Espírito
Santo. Pois atrás de uma crítica insistente e obssessiva tem as obras da carne,
contendas, divisões e invejas etc.
“Mas
o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei.
E os
que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
Se
vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.
Não
sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos
uns aos outros.” Gálatas 5:22-26
E
sempre vai haver uma milícia da carne contra o Espírito. E mais importante que
agir com um comportamento de “negação” (mecanismo de defesa na psicanálise), ou
rigor ascético; é saber num pensamento consciente e vigilante de que é
necessário sempre lutarmos contra os assédios malignos da cobiça e da carne. O
guerreiro mais valoroso na milícia é o que conhece seus pontos fracos na guerra
e os tornam fortes no Espírito Santo de Deus. Pois onde sou fraco, sou forte pelo
Espírito do Deus Todo-poderoso. Amém!