quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O peixe e a moeda

 
 


Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir...”  Mateus 17:27

Devemos tomar muito cuidado ao julgar quando alguns irmãos estão trabalhando no reino e o seu chamado é administrar os bens do reino, pode haver pessoas que estranhem a expressão “bens do reino” , mas na verdade é exatamente assim. Muitos alegam, Deus é dono do ouro e da prata e não precisa do nosso dinheiro, na verdade é mesmo dono do ouro e da prata, e não precisa do nosso dinheiro; mas nós estamos no mundo, não somos dele, mas estamos nele.

Vivemos num mundo em que antes o mercado se fazia através do escambo, a troca de produtos, bens e consumo; a partir daí surgiu a moeda, que fez com que cada produto, bem material tivesse seu preço e valor. Não há nenhum mal em os bens materiais terem seu valor, mas o que nos contamina é a cobiça, o desejar os bens em cima da pobreza do outro. Isso é grande mal diante de Deus.

“Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” 1 Timóteo 6:9-10

Na parábola dos talentos o Senhor Jesus deixa uma importante lição quando diz que o servo que fez render sua moeda é que é bom e fiel, e que entraria em seu descanso. Ensinando-nos também que além de buscar sabedoria para administrar os dons espirituais, teremos também que buscar sabedoria para administrar os talentos, moedas e bens materiais do reino etc.

Precisamos entender que o mundo em que vivemos tem leis naturais que regem nossa existência aqui, e estas leis foram criadas pelo Senhor, portanto devemos compreendê-las e não negá-las, pois isso seria uma grande ignorância e falta de conhecimento.

Precisamos de meios para fazer fluir a Palavra de Deus; os bens e tecnologia em que usamos são ferramentas importantes e facilitadores para tal. O que não devemos fazer é deixar nosso coração se apegar em qualquer um desses bens, nem ministérios, templos feitos por mãos de homens. Pois Jesus disse: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Mateus 6:21

Mas o único que pode sondar-nos é o próprio Deus, e dá a cada um segundo o seu proceder.

Se meu tesouro são almas e vidas para Jesus, meu coração está guardado de não pecar contra o Senhor; mas se meu tesouro é fama, status, dinheiro, conforto, ou qualquer pessoa, aí meu coração está idolatrando as “coisas” e não adorando o Senhor de todas as coisas. Devemos amar e adorar o Criador, e não adorando a criatura ao invés do Criador, e se assim for ,agiríamos numa disposição mental reprovável. (Rm 1 28)

E nisso sempre vamos precisar de fazer uma introspecção, reflexão, pois enganoso é o coração do homem e desesperadamente corrupto.  

Uns são chamados para cuidar do “administrativo” na igreja, outros se ocupam somente com o espiritual. Alguns têm o chamado para cuidar do administrativo, fazer os dons, talentos, e ministérios render bens para o reino. Mas TODOS tem o chamado de cuidar do espiritual, tanto pessoal, quanto coletivo. E em todo o tempo buscar saúde para o corpo de Cristo.

O mais importante não é defender que não devemos falar em moedas, bens materiais no meio do povo de Deus, por isso Jesus nos ensinou dizendo a Pedro para ir pescar  e pegar a moeda de ouro na  boca do  peixe.

Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir, e abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-o por mim e por ti.”     Mateus 17:27

A grande lição do estáter  em estar na boca do peixe, é que, o peixe significa vida, alimento natural e espiritual; e a moeda o bem material. Não é o dinheiro, poder e fama maior que a vida. Por isso o peixe(vida) domina e sobrepõe á moeda e a abocanha. Todas essas coisas existem pela vida, e não a vida existe pelas coisas.

Não devemos levantar uma bandeira de rigor e falso moralismo quanto a isso, mas devemos sempre levantar nossa bandeira que é o Senhor e os frutos do Espírito Santo. Pois atrás de uma crítica insistente e obssessiva tem as obras da carne, contendas, divisões e invejas etc.

“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei.
E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.

Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.
Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.”  Gálatas 5:22-26

E sempre vai haver uma milícia da carne contra o Espírito. E mais importante que agir com um comportamento de “negação” (mecanismo de defesa na psicanálise), ou rigor ascético; é saber num pensamento consciente e vigilante de que é necessário sempre lutarmos contra os assédios malignos da cobiça e da carne. O guerreiro mais valoroso na milícia é o que conhece seus pontos fracos na guerra e os tornam fortes no Espírito Santo de Deus. Pois onde sou fraco, sou forte pelo Espírito do Deus Todo-poderoso. Amém!

 

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