terça-feira, 16 de julho de 2013


Se a igreja soubesse que a linha de pensamento, de ações e testemunhos, tem que passar mais em o tanto que somos imperfeitos, que somos maus, e sujeitos a paixões, para que a honra e a glória seja mesmo de Deus e do poder do Seu Espírito Santo. Do que no tanto que somos perfeitinhos, puros e bons; ganharíamos o mundo apenas com nossas ações.
Na verdade quem nos sustenta é o Espírito Santo através da forma como Ele trabalha em nossos corações, como nos convence do pecado, como nos atrai para o que é bom, perfeito e agradável; isso quando obedecemos aquilo que Ele nos inspira.
Certa feita uma serva estava orando e consultando o Senhor a respeito de decisões que precisaria tomar e Ele a acordou de madrugada, com um sonho, uma visão de noite, em que ela subia uma escada e cantava um cântico espiritual, um cântico como ela nunca tinha ouvido antes, numa voz que ela mesma admirava tamanha presença de unção do Espírito Santo. O cântico dizia assim: “ As vestes do meu corpo não é a minha carne, mas o meu espírito”.
Entendendo assim que o Espírito Santo a estava confirmando como uma pessoa da qual Ele cuida, dá direção, sela a instrução. E que como na palavra diz:
“Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.”Romanos 8:8
Podemos conhecer a palavra, estudá-la, apropriarmos dela para ditar aos outros o que é de Deus, e o que não é; mas se tivermos na carne, em que nos sentimos servos perfeitos e imaculados, não agradamos a Deus. Ditamos regras, normas, e não estamos fazendo a menor diferença com os dogmas de homens. Muitas vezes pregando um deus que vai ficar apenas contemplando, esperando que seus filhos errem para dizer: anátemas!
         Mas se instruirmos o homem e a mulher, que somos fracos, mas fortes em Jesus, que o levantar é de Deus, que o respirar também, que nossos atos de justiça são como trapos de imundície, que devemos sim, fazer com que as vestes do nosso corpo sejam nosso espírito e não a nossa carne, e assim buscarmos sempre ligarmos nosso espírito no Espírito Santo de Deus; assim teremos vestes resplandecentes, teremos nossa carne revestida do perfume da unção. Um óleo que reveste todo mau cheiro da carne, pois a carne não é suficiente o bastante para não se apodrecer em somente algumas horas. Estando viva, mas exalando podridão.  
Quando o homem tem perfeita consciência de sua condição de desventurado homem que somos, Ele se achega a Deus com mais humildade. Melhor é o homem que conhece sua condição humana imperfeita, do que o homem que pensa ser algo que ainda está longe de alcançar.
“Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.” Apocalipse 3:17
Bem dizia o Senhor ao contar sobre aquela parábola em que dois homens oravam na sinagoga:
“E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: O Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: O Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.” Lucas 18:9-14
Muitos têm se apropriado da Palavra de Deus e buscam a perfeição como se algum dia pudessem alcançá-la, se colocam diante da palavra e quiçá até em andores, ou oráculos.
Mas na verdade perfeito só mesmo Jesus! Pecadores somos todos, pois a bíblia diz:
“Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.
Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” 1 João 1:8-10
Quando a igreja muitas vezes se apropria de princípios de batalha espiritual, sem antes insistentemente estudar a palavra de Deus, tende a pregar muitas vezes um deus irado, um deus que está disposto sempre a nos castigar com maldições, usa-se as passagens do velho testamento, e muitas vezes o que não explicam é que essas passagens em que apresenta um Deus juiz, que determina juízo, é um Deus que levou na maior parte das histórias mais ou menos quatrocentos anos para tomar essas atitudes contra o seu povo. E que insistentemente usava seus profetas e vasos para alertarem o povo dos seus caminhos maus.
Insisto com isso que minha intenção aqui não é pregar a prática de um evangelho relaxado, mas que conheçamos um Deus de amor, benigno, longânimo e cheio de ternos afetos de misericórdia. E que cumpre a sua palavra que diz que as suas misericórdias são a causa de não sermos consumidos, é certo que sim, pois todos os dias mil caem ao nosso lado, e dez mil a nossa destra, mas Ele nos tem guardado. Porque nos instrui inclusive a orar pelos nossos inimigos, amar o nosso irmão, e viver se possível em paz com todos.
A igreja precisa entender que melhor do que jogar a primeira pedra, se apropriar da palavra como se nós fôssemos a verdade e tivéssemos acima de qualquer suspeita, ao invés disso devemos mesmo apresentar Jesus como a Verdade, cordeiro, perfeito, e somente Ele.
Sairmos da frente da Palavra e da perfeição e nos escondermos atrás dessa verdade, nos ocultar e deixar que Ele esteja em nossa frente. A Verdade.
         E quanto mais nos aproximamos dessa Verdade, e dessa perfeição mais nos vimos em condição de pecadores, e indignos de desatar-lhe as sandálias.
Porque qual homem que se acha puro, santo e perfeito, se nega até o sangue para dar a honra ao Deus que é digno de honra, majestade e domínio?
Qual homem que ao usar a palavra de Deus não sente como se só pelo conhecimento daquela palavra já o torna perfeito?
Qual homem que á frente de um povo, se colocando em lugar acima de qualquer suspeita, lugar de autoridade em que determine quem é maldito e quem não o é, teria condições de dizer como o arcanjo Miguel:
“Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda.” Judas 1:9
Precisamos sim olhar para o pecado nosso de cada dia, e não para a mesa farta do julgamento e juízo dos hipócritas. Que o nosso falar seja, sim, sim, não, não; e o que passar disso é do maligno. Só assim, quando voltarmos para nosso íntimo e nossas cavernas tenebrosas e pedir que o Espírito Santo venha nos encobrir com a sua presença de glória e fumaça,  vamos poder assim viver um avivamento, ou reavivamento de fogo, poder e unção e nesse avivamento contagiar os que estão ao nosso redor, pela atração, pelo magnetismo e carisma do Espírito. E tão somente por Ele e para Ele e por meio dEle são feitas todas as coisas.
E nessa reflexão talvez insana buscando a lucidez, muitas vezes me sentindo fraca, mas sendo forte em Jesus, talvez tentando ouvir um grito calado do peito, de alguém que se sente como um vaso fragilíssimo de barro, mas que tem a consciência que têm a excelência do conhecimento que está em Cristo Jesus, meu Senhor. Entendendo  também sua condição de talvez nunca atingir além das suas próprias fronteiras, dizendo para si mesma ninguém vai me ouvir, mas talvez gritar para o mundo; procuro confiar Naquele cujo poder está em suas mãos, que fez céus e terra, e fará que todo joelho se dobre e toda língua confesse: Jesus, e somente Ele é Senhor da Verdade!

Nenhum comentário:

Postar um comentário