segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

"...diga o fraco: Eu sou forte." Joel 3:10



Houve um tempo em minha vida que eu acreditava que pessoas não podiam matar espiritualmente outras pessoas, pois acreditava que a responsabilidade é pessoal; mas hoje já repenso este meu conceito, pois sabemos que muitas vezes as feridas vêm não de espadas afiadas como nas guerras medievais, ou armas de fogo, mas de espadas afiadas que saem da boca, da maldade, da corrupção humana, da inveja, da competição. Maledicência, difamação e dissensões.
 Há uns meses atrás tive uma visão, o Espírito me levou a uma exposição de artes em um shopping, eu via pedaços de pessoas em exposição, pessoas mutiladas, e em meio a esses pedaços, havia transplantes de partes vivas do corpo em meio a partes mortas. Uma pessoa andava com autoridade por porões desse lugar, abrindo portas, entrando em vários lugares ali, e abrindo a boca com autoridade, na época não entendi,  mas no momento da visão o Espírito me falou na passagem do vale dos ossos secos
(Ezequiel 37), mas mesmo assim não entendi, e desse tempo pra cá Ele veio me trazendo algumas peças para eu concluir minha experiência.
E então comecei a trilhar uma caminhada num deserto sequíssimo, algo que jamais tinha acontecido, tive experiências como a de Pedro em que ele pereceu nas ondas e vagas, afundando, sentindo a presença do leviatã, o monstro marinho, um cirandar de morte. Eu sentia o que Pedro sentiu quando afundando, via o vulto do barco em que ele esteve tão seguro, o vulto do homem de branco em pé nesse barco, apenas esperando o clamor, o grito de socorro, ajuda-me Senhor! E quantas vezes não estamos nesses momentos em que vimos cirandar literalmente a morte, e Jesus de pé ali apenas esperando o nosso clamor.
Passei também pelo momento em que estava num cativeiro na Babilônia como Ezequiel, em que estava ali nas margens do rio, ele naturalmente era um adolescente de dezoito anos em que esperava chegar o tempo em que seria ungido sacerdote no templo em Jerusalém, finalmente serviria o Senhor com autoridade de sacerdote. Mas de repente o que veio foi que ele se viu entre os cativos na Babilônia. Quando ele esperava o seu momento de glória e honra de servir com propriedade o Altíssimo, se viu então em meio aos cativos, quem sabe até indo enfileirados com os grilhões  nas mãos e nos pés. A humilhação é tamanha que chega ao ponto do próprio Deus dizer a um homem que se encontra de forma natural á beira de um rio, e o Espírito o manda se colocar de pé e assim, tão somente assim, de pé. E não caído pelo desânimo, pelas lutas e frustrações.

“E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo.
Então entrou em mim o Espírito, quando ele falava comigo, e me pôs em pé, e ouvi o que me falava.”  Ezequiel 2:1-2

Vejo que nessa passagem apenas quando o Espírito entrou de forma impetuosa  é que Ezequiel  esteve em pé, mas em pé aqui espiritualmente,com dignidade, sendo tratado como homem á imagem e semelhança do Todo-poderoso.
         Igualmente quando Deus fala com Jó em meio a um redemoinho e diz que ele cingisse os lombos, ou seja, passe os cintos, as cordas pelas cinturas, os cintos os quais amarram e prendem suas vestes em ti, as vestes que escondem a vergonha, a nudez e a fragilidade do homem. 
Vejo aí um simbolismo, como que o Eterno dizendo á criatura:
 Se põe de pé sobre sua coluna vertebral, os ossos de sustentação do corpo, se coloque no seu centro de gravidade, posição em que nos erguemos de cabeça em pé.Onde precisamos força para ter nosso corpo sustentado sobre os pés. 
Só quem já perdeu essas forças, de ficar de pé literalmente, porque as lutas são tantas, é que sabe como é perder ou ter essa força na coluna vertebral. É cingir suas vestes e o cinto á cintura, e assim esconder a nudez da alma, da humilhação e vergonha.  
         Ainda o Espírito me leva novamente na passagem em que o Espírito toma o mesmo Ezequiel pelos cachos dos cabelos e o leva para um monte de ossos sequíssimos, um exército ali caído pessoas que morreram em combate, vejo bem que não morreram na covardia, mas morreram em combate, na peleja. Quantos de nós dentro até mesmo das igrejas estão como Pedro afundando e contemplando apenas o vulto do barco que outrora estivera em segurança? Ou estão como Ezequiel com grilhões nas mãos e nos pés sem ter feito nada que justificasse tamanha opressão? Quantos estão como Ezequiel e Jó em que precisam se “colocar de pé”, cingir os lombos com força, levantar o ânimo, a moral, e uma expressão muito a calhar nos dias de hoje, pessoas que precisam recuperar a autoestima espiritual. Pessoas que um dia fizeram parte de um exército que eram guerreiros valentes de batalhas, e hoje se vêem como os ossos sequíssimos.
         Mas o Espírito do Eterno Deus sempre nos auxilia em nossas fraquezas, nas nossas dificuldades, e até mesmo quando sentimos o cirandar do espírito de morte. Ou até mesmo quando já mortos pelas batalhas, pelas fadigas, e pelas astúcias dos nossos inimigos que são muitos.
         Saber de todos os detalhes de todas essas histórias em épocas diferentes talvez seja um trabalho para historiadores em que vão buscar riquezas de fatos e minúcias. Mas em todas essas histórias um fato eu tenho certeza pelo Espírito, tanto Pedro, quanto Davi na caverna de Adulão e seu exército de endividados; tanto Elias na caverna, quanto Ezequiel na vergonha e humilhação do cativeiro, e o que diremos a respeito de Jó diante de tanta acusação e difamação do inimigo? Todos esses não perderam uma coisa, mesmo presos, humilhados, chorando de vergonha, alguns quase mortos, como na exposição de esculturas em que tive a visão de mortos-vivos. Uma coisa eu tenho certeza, não perderam a referência, o foco das histórias que ouviram um dia sobre o Deus de Maravilhas, Criador dos Céus e da terra e de tudo que neles há, o Deus que abriu o mar, e que ressuscita mortos. Todos esses muitas vezes nas maiores dificuldades em que não podiam talvez abrir a boca, mas colocavam seus corações chorosos diante do Altíssimo, colocavam seus corações em silêncio, suas dores diante do trono. E com certeza Ele respondeu, na multiforme sabedoria do Deus o Todo-poderoso Ele respondeu e ainda responde.

 Ezequiel viu o trono, querubins e o Deus altíssimo em todo seu resplendor, viu também mesmo que no início tenha profetizado timidamente e falado para os ossos voltarem a ter vidas, mas ele viu esses ossos retornarem á vida, se colocarem de pé e se tornarem um exército sobremodo excelente.
Davi viu os homens endividados voltando a ter dignidade diante de Deus e foram grandes homens valentes desse exército. 
Com Elias esse Deus falou através de terremoto e o buscou em carruagem de fogo. E falou com Jó através de um redemoinho, e perguntava a Jó onde ele estava em que todas as coisas foram criadas? E todos os dias de Jó desde o ventre foram escritos?
 Dia desses o Espírito me falou quando eu estava em adoração:
- O Leão ruge!
Entendi que assim que o Leão da tribo de Judá rugir com toda sua autoridade, as lutas vão cessar e Ele vai abrir a boca e determinar a vitória dessa batalha, sabendo que a guerra continua.
Hoje entendo que esses meses de deserto e sequidão de estio foram para um aprendizado, entendo que a visão das esculturas dos mortos vivos são muitos de nós, uns dentro dos apriscos, outros ainda fora, mas todos nós dependemos do rugido do Leão para determinar vida abundante em nossas vidas.
E esse mesmo Deus é o mesmo ontem, hoje e sempre. O Deus que ama incondicionalmente, que não nos perde de vista, e nada escapa do seu controle. Tão somente saiba que há um tempo para todo propósito que há debaixo do sol. Saiba que se Ele não soprar em um redemoinho, ou um terremoto, Ele o fará num fogo e glória. E virá nas asas de um querubim, mas Ele vai fazer! O nosso general de guerra!
 “Então a terra se abalou e tremeu; e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto se indignou.
Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca saiu fogo que consumia; carvões se acenderam dele.
Abaixou os céus, e desceu, e a escuridão estava debaixo de seus pés.
E montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento.
Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus.
Ao resplendor da sua presença as nuvens se espalharam, e a saraiva e as brasas de fogo.
E o Senhor trovejou nos céus, o Altíssimo levantou a sua voz; e houve saraiva e brasas de fogo.
Mandou as suas setas, e as espalhou; multiplicou raios, e os desbaratou.
Então foram vistas as profundezas das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo, pela tua repreensão, Senhor, ao sopro das tuas narinas.
Enviou desde o alto, e me tomou; tirou-me das muitas águas.
Livrou-me do meu inimigo forte e dos que me odiavam, pois eram mais poderosos do que eu.” Salmos 18:7-17
E assim diz o Senhor:
“E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?” João 11:26

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